segunda-feira, 14 de novembro de 2016

Os ruídos cessaram, o sol adormeceu e a saudade voltou
Mais uma tarde se foi, mais números na agenda
Minutos, horas sem ti
Mais um dia se vai, e eu ainda estou aqui.

Outra noite que chega, mais uma música acabou
A lua surge outra vez, o caos da rua se acalma e finalmente o silêncio se fez.

Agora, só o som da tv é minha companhia
O espaço vazio me traz à memória uma doce e triste melodia.

Revivo teu cheiro, teu sorriso, teu abraço
Me pego sozinha te lembrando
Sonhando com teus beijos, teus carinhos
Sonhando com você me amando.

Em meio as palavras e versos de amor inacabados
A saudade sentou-se ao meu lado e sussurrou sobre você.

Preciso fugir... Preciso tentar não enlouquecer
Mas a saudade é um abismo que faz eu querer me jogar
Me leva ao teu encontro sempre que tento escapar.

Se não posso fugir, ao menos posso me esconder
Corro da tua falta que sinto, tento não pensar em você
Não há lógica neste querer, não há sentido, mesmo assim busco entender...

Saio à procura da embriaguez que me traga um instante de cura
Procurei acalanto nos braços da lua, mas a noite me trouxe voce
E me lembrou que eu serei pra sempre tua.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

Inefabilidade

Mas um anjo veio salvá-la[...]
Ele a pegou pela mão, bateu suas enormes asas e a levou dali, passando pelas montanhas sobrevoou lindos campos de um mundo totalmente desconhecido.
Exalando sinceridade e inspirando confiança ele a fez acreditar na magia e deseja-la como o bem supremo; a fez enxergar novas cores, sentir novos sabores, querer novos amores, cansar da solidão.
Certo dia um anjo a visitou para lhe apresentar uma nova realidade, repleta de verdade para fazê-la crer que ainda existe esperança, que outro lugar está esperando pela gente, mas esse não é um mundo novo, é só o mesmo lugar visto com olhos diferentes. É só meu velho mundo enxergado através dos olhos de um anjo que é gente.

IneVitalidade

Ela cansou de querer viver um grande amor...
Em meio as lágrimas decidiu que aquele lugar, no canto, pequeno e apertado, lhe caia bem; espaço demais só serve para guardar coisas que não lhe servem mais, juntar poeira demais, lembranças demais.
Em meio aos soluções ela resolveu escrever uma última carta de amor, com dolo planejou matar qualquer coisa que carinhosamente, com culpa, criou.
Em meio aos fatos ela percebeu que palavras não passam de jogos e carinhos nada mais são que truques e que amores sempre se vão.

[...] eles sempre se vão.
Ao despertar, hoje, pela manhã, voltei de um sonho doce, do sabor dos teus lábios... voltei ao sonho de te ter.
Ouvi uma canção durante todo o dia. Lembrei de você, do quanto eu me perguntava sobre o calor do teu abraço, do arrepio do teu toque, do aconchego do teu acalento, e, a cada momento do dia, a resposta invadia minha mente causando esta inquietude, me trazendo embaraços, me tirando o sossego.
Ah [...]! o teu cheiro...
Preciso dizer-te quanta falta me faz.

Isso eu não posso, revelar-te não devo... mas como manter em segredo o que não consigo esconder? Meus olhos me entregam sempre que digo teu nome e todo meu corpo me trai quando estou com você.

terça-feira, 8 de setembro de 2015

SenTe ver...

Quanto tempo se passou desde a última vez?
Há quantos dias não sinto teus olhos em mim?
Quando a melodia se calou? Meu café esfriou? E o chocolate perdeu o sabor?
Há quanto tempo, meu bem, as flores perderam a cor? Nossa rua, antes tão florida, alegrando nossa caminhada, marcando minha vida, já não faz parte dos dias em que sinto sua falta enquanto sorrio feito menina apaixonada... boba!
Meus poemas não rimam mais, quanta falta você me faz... minha vida já não tem a emoção que só você me traz.
Teus beijos, aqueles que me estremecem ainda hoje quando deles me lembro, bastariam – e só os teus me satisfariam – para preencher o frio que aqui se faz.
Preciso de você.
Sim... preciso!
Você, este furacão, tanta emoção que parece transbordar ao tempo em que bem preciso, cabe completamente nos meus desejos e me faz sonhar... sorrir.
Sim, preciso de você aqui.

Preciso ouvir o som da tua voz cantando qualquer canção para me trazer de volta a emoção, a rima, a melodia, a poesia que me fazem suspirar... e viver. Viver a vontade de viver. Viver o desejo, a vontade, a vaidade de te ter. Viver... Porque só você me faz, com seu prazer, encontrar sentido nesta vida, que vale a pena ser vivida depois que conheci você. 

quarta-feira, 18 de março de 2015

Nada tão certo quanto a ideia de que com o caminhar apressado dos anos, voltamos a meninice.
De todas aquelas certezas que nos enchiam o peito e impulsionavam para a luta, só nos resta a escuridão dos pesadelos que nos atormentavam enquanto dormindo fracassávamos, pois acordados, estávamos sempre em construção de algo, buscando algo, correndo por algo.
Hoje, a única certeza é que só há incertezas!
Toda a altivez deu espaço para as rugas da testa que franze ao olharmo-nos no espelho e perceber que das marcas daquele sorriso de esperança, melhor, de certezas de um caminho, e principalmente de uma vitória, gloriosos só ficou um bigode chinês, nem o amarelo ou a tortura são capazes de serem vistos.
Os sonhos, os planos, perspectivas... em vão! Em uma lixeira ao lado da escrivaninha está depositado tudo que restou dos depósitos das fichas, de todas as fichas, até a última delas que reuni durante uma vida.
Antes de deitar, olho para um quadro, uma fotografia, pendurada na parede e pergunto-me sobre quem é aquele ser, em que lugar do tempo ele ficou.
Então, percebo que não passa do espelho desbotado do banheiro, mas, não enxergo em que parte de mim está escondida minha essência. Pergunto-me: ainda exalo?! Não me sinto mais...
Queria, agora, nada mais... nenhum cheiro ou sabor, textura, temperatura, futuro... Nada me seduz, nem sonhos, realmente não os quero mais. Queria, agora, esta nos braços daquela que me deu à luz, mas isso já não é possível, ela já não é mais minha mãe, já não sou nada do que sempre fui, não me reconheço, não seria a garota que ela reconheceu um dia, o meu clarão... se apagou!


Agora que o clarão da luz se apaga, 
a vós nós imploramos, Criador: 
com vossa paternal misericórdia, 
guardai-nos sob a luz do vosso amor.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Dicionário das boas recordações


Muita gente já viu, mas não sabia o que era, tentou descrever, mas jamais conseguiu. Sempre, ao pensar, sentia um misto de sensações inexplicáveis, e logo a frustração de não saber expressar, e até de não compreender muito bem aquele misto de sensações que toma o peito tornando o “eu não tenho palavras pra te explicar o que sinto aqui dentro” a coisa mais coerente a dizer.
Selecionei entre as palavras aquelas que mais se aproximavam de tudo que eu sentia, organizei-as da melhor forma para expressar as sensações, emoção, para descrever um estado de espírito, uma inspiração, mas nem assim fui capaz, então percebi que era necessário acrescentar novos vocábulos no meu dicionário para adjetivar o até então inadjetivável.
Percebi, então, que era exatamente sabomelodogria o que me trazia tantas boas sensações, recordações que me perseguem todos os dias...
Lembro-me de uma manhã em que, andando apressadamente, quase me esqueço do mundo, sem prestar atenção em nada a minha volta, senti algumas gotinhas leves das ondas do mar que batiam na areia da praia caindo no meu braço e então parei: Neste momento eu olhei para o lado e vi aquela imensidão de beleza, e recordei dele – sabomelodogria -, senti um cheiro bom que até ontem não sabia dizer do que era exatamente, pois vinha à memória ao mesmo tempo recordações de cheiros, gostos, risadas e lugares. De repente a atmosfera estava repleta de saboricidade, tudo tinha se chocoteraromatizado.
Momentos assim, recordações assim, só podem surgir pela magia de uma vida inteira que se vive em um instante. Momentos como este só são possíveis porque outros momentos foram cafetizados... cafetizados por alguma sabomelodogria particular, uma sabomelodogria esteralessofeinada.

Cafetizar: Transformar NO sonho.

Chocoteraromatizado: Etmologia: De chocoteraromizar. Tornar doce em consequência da ternura existente em um dado momento ou pessoa.

Eteralessofeinado: algo/alguém que, pela sensação de alegria que provoca em consequência de uma simples recordação, pelos sonhos que inspira, trás alegria em qualquer momento, e marca esse eternamente.
Sabomelodogria: Algo ou alguém que te traga, ao mesmo tempo, a sensação agradável do melhor momento, da melhor melodia, e do melhor motivo para sentir-se vivo, momentos de alegria plena, dos quais você se recorda.

Saboricidade: Gosto de sorriso da manhã de domingo, aquele dia domingo repleto de felicidade.